O assunto meio ambiente pode ser visto sob diversos aspectos. Seja qual for o sentido que se queira dar ao tema, o mesmo se mostra indispensável na pauta estratégica de qualquer empresa. Atualmente, além desse tema, outros de relevância social ganharam igual importância, e podem ser usados como instrumento gerador de lucros.
O planeta precisa ser preservado, obviamente, pois sem planeta não existe vida, ou, numa vertente menos catastrófica, mas igualmente preocupante, com um planeta castigado, a nossa qualidade de vida diminui exponencialmente. Não precisa ir longe. Basta pensarmos em como seria melhor a nossa vida se a Baía de Guanabara ainda tivesse uma água cristalina e não fosse um esgoto a céu aberto. Idem para a Lagoa Rodrigo de Freitas e para as praias do Rio de Janeiro. Ou para o ar poluído de São Paulo.
Enfim, os exemplos são muitos. O fato é que a preservação do nosso planeta pode gerar lucros! Ou seja, se por um lado é algo que nos estimula por uma questão de preservação da espécie (da nossa espécie principalmente!), por outro, pode trazer benefícios financeiros. Fica claro que não pode existir empresa no mundo hoje que não dê a atenção devida ao tema.
A conscientização de que devemos preservar o lugar onde vivemos é geral. Queremos até mais do que preservar: queremos que a sociedade como um todo tenha qualidade de vida! Se o comunismo foi varrido do mundo em razão de suas teorias inaplicáveis, hoje o capitalismo tem a responsabilidade de contribuir para que os menos favorecidos tenham uma vida digna. E quem diz isso não sou eu, mas os consumidores e os eleitores! Naturalmente, governos e empresas seguiram em busca dos mesmos objetivos, pois ninguém quer perder faturamento ou votos. Além, é claro, da consciência dos próprios empresários e políticos sobre o tema. Desta forma, temos, de um lado, leis de proteção ambiental que se descumpridas geram multas, interdições e até prisões; e também leis de fiscais de incentivo ao altruísmo.
De outro, consumidores que buscam conhecer as práticas de seus fornecedores, e saber se estão alinhadas com os seus ideais de vida – caso não estejam, simplesmente, não compram! Olhando então sob esse prisma, a primeira forma de lucrar com o meio ambiente é cumprindo as leis, investindo tempo e dinheiro para que a operação não seja inviabilizada com uma interdição qualquer, ou o negócio gere uma multa maior do que todo o lucro auferido até então. Isso sem falar na tranqüilidade do empresário em saber que não será preso quando receber a visita de algum fiscal da natureza (no bom sentido, é claro!). Leis ambientais preveem pesadas multas para o seu descumprimento, bem como definem crimes ambientais, muitos inafiançáveis.
Outra maneira de lucrar com o meio ambiente, e com os investimentos sociais em geral, é a prática da Responsabilidade Social. Ou seja, é investir em práticas que beneficiem a sociedade em que vivemos, seja protegendo o meio ambiente, seja desenvolvendo as pessoas que nos cercam. Desta forma, práticas como a criação de escolas em comunidades onde a empresa esteja instalada, programas de educação e capacitação de pessoas carentes, troca de matérias primas poluidoras por outras menos nocivas (ainda que mais caras), tratamento de resíduos, controle de emissão de gases poluentes, plantio de árvores, enfim, trazem lucro para o empresário na medida em que isso for divulgado e cativar seus consumidores.
Existem infinitas atividades socialmente responsáveis que podem ser postas em prática por qualquer tipo de empresa, e de qualquer porte. Se a empresa é pequena e não possui condições de, sozinha, arcar com algum programa desses, existe sempre a chance de contribuir com os recursos que tiver (não só dinheiro, mas algumas horas de funcionários voluntários, dedicação do dono etc.) para alguma instituição que seja especializada no assunto, como, por exemplo, a Fundação Rotária e algumas ONGs. Às vezes práticas mínimas, como, por exemplo, o uso de papel reciclado, podem gerar uma simpatia no seu consumidor que vão contribuir para torná-lo mais fiel aos seus produtos (ainda que o seu produto seja apenas um lanche que ele faz todos os dias enquanto espera o ônibus). Se a prática responsável traz lucro fidelizando o consumidor, traz de forma ainda mais rápida cativando o seu funcionário.
O funcionário que faz parte de uma empresa socialmente responsável tem orgulho de formar aquela equipe, faz questão de divulgar a sua empresa, produz mais e melhor por estar satisfeito e feliz no trabalho. Sobre o tema, indico o filme “Uma verdade inconveniente”, do ex-vice-presidente dos EUA, All Gore (o presidente era o Bill Clinton). Trata do aquecimento global, e mostra como as empresas podem contribuir para melhorar o mundo em que vivemos. Por isso tudo que descrevemos, se torna altamente lucrativo praticar a responsabilidade social. As empresas devem praticar e divulgar! A divulgação de qualquer atitude do gênero é também um gancho para levar o produto até o consumidor. Não vai soar como uma mera propaganda, mas como informação. Os olhos dele, consumidor, para a sua divulgação, serão certamente outros! É um jogo de ganha-ganha.