Nem sempre ganhando
Nem sempre perdendo
Mas, aprendendo a jogar
Guilherme Arantes é autor, mas versos ficaram famosos na voz de Elis Regina.
O professor, iniciando o ano letivo, pergunta aos seus alunos:
– Nas artes marciais, o que se aprende primeiro? Ataque? Defesa?
– Defesa! – responde a maioria.
– Errado, diz o professor.
– Ataque! – retruca agora uma minoria.
– Errado, repete o professor.
Ninguém entende nada, e o professor emenda:
– Primeiro se aprende rolamento, se aprende a cair… Meus amigos, primeiro se aprende a apanhar!
O ano de 2020 foi para esquecer? Creio que é o contrário, aprendemos a apanhar como nunca, e uma lição valiosa – e cara – como essa não deve ser esquecida jamais.
Empresas conseguiram colocar 100% do efetivo em home office do dia para a noite. Equipes foram ajustadas, tarefas realinhadas, efetivo reduzido, os bons mostraram seu valor e os ruins ficaram pelo caminho. Isso vale para tudo: empresas, produtos, processos e pessoas.
Os produtos menos rentáveis foram descontinuados; processos redundantes deram lugar a procedimentos eficazes e econômicos; algumas empresas quebraram e outras se reinventaram a ponto até de crescer na crise; funcionários menos comprometidos foram demitidos, ao mesmo tempo que os valiosos, versáteis e proativos foram promovidos – afinal, é na guerra que se fazem os heróis.
Reuniões virtuais se tornaram (e continuarão sendo) mais frequentes. Mesmo que o home office a longo prazo seja uma incógnita e já mostre os seus problemas e defeitos, alguns tabus foram quebrados. Ninguém mais vai se deslocar 20km para fazer uma reunião presencial que pode ser substituída por uma conversa de vídeo – claro que há reuniões insubstituíveis, mas a maioria talvez não seja. Assim como deixar cada funcionário trabalhar nem que seja um dia da semana em casa, e com isso reduzir 20% do espaço físico ocupado da empresa, deixou de ser uma impossibilidade.
Temos clientes que, depois do susto, se convenceram a fazer um planejamento patrimonial e começaram a arrumar a casa: ninguém quer construir um patrimônio e vê-lo em risco por conta de uma crise circunstancial. E quando se faz o planejamento patrimonial, forçosamente se abre espaço para um planejamento tributário e operacional, trazendo, além da proteção, resultados concretos no caixa.
Em resumo, a dificuldade fez o sapo pular em 2020.
Aprendemos a jogar em 2020; muitos achavam que sabiam, e mais perigoso do que não saber, e achar que sabe sem saber – sempre pode aparecer um fato novo a nos ensinar a manter a humildade e não parar de aprender.
Depois de um ano desses, 2021 promete: vacina, recuperação em V, e todo mundo de saco cheio desses vírus! Só não vale repetir tudo o que já se fazia antes da pandemia: o mundo mudou, nem que seja um pouco, e sua empresa não pode ficar parada.
Desejo um enorme sucesso a todos no ano novo!